Estava leve por um instante
A dor insuportável passara
Estava sem ar e arfante
E então o meu coração parara
Apenas um segundo, um suspiro
Toda a vida em uma lembrança
Eu era apenas medo e frio
E a morte me tirou para uma dança
Ao meu lado, sangue em um caderno
As últimas palavras do meu coração
Inexpressiva em um sono eterno
Minha alma clamando por redenção
Conduzida pela amiga morte
Eu cantava, rodava e dançava
Em meu pulso havia um corte
O sangue escorria e pingava
Como por desencanto acordei
Procurei pela morte, confusa
Por uma última dança implorei
Mas não encontrei a minha musa
Nem sangue, nem dança eu terei
A faca limpa e cândida eu guardei
Dos meus doces pesadelos acordei
E o caderno dos meus sonhos fechei
Nenhum comentário:
Postar um comentário