quinta-feira, 31 de março de 2011

Carta de 2070 d.C


Ano 2070. Acabo de completar 50 anos, mas a minha aparência é de alguém com 85. Tenho sérios problemas renais porque bebo muito pouca água. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade.

Recordo quando tinha cinco anos. Tudo era muito diferente. Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro. Agora usamos toalhas de azeite mineral para limpar a pele.

Antes, todas as mulheres mostravam as suas formosas cabeleiras. Agora, devemos rapar a cabeça para a manter limpa sem água.

Antes, o meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje, os meninos não acreditam que a água se utilizava dessa forma. Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDA DA ÁGUA, só que ninguém lhes ligava - pensávamos que a água jamais podia acabar. Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aqüíferos estão Irreversivelmente contaminados ou esgotados. Antes, a quantidade de água indicada como ideal para beber eram oito copos por dia por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo. A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo e tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas) como no século passado já que as redes de esgotos não se usam por falta de água.

A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele provocadas pelos raios ultravioletas que já não tem a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera. Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados.

A industria está paralisadas e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-nos em agua potável os salários.

Os assaltos por um bidão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pela ressequidade da pele, uma jovem de 20 anos está como se tivesse 40.

Os cientistas investigam, mas não parece haver solução possível. Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de árvores e isso ajuda a diminuir o coeficiente intelectual das novas gerações.

Alterou-se também a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos e como conseqüência há muitos meninos com insuficiências, mutações e deformações.

O governo cobra-nos pelo ar que respiramos (137 m3 por dia por habitante adulto). As pessoas que não podem pagar são retiradas das "zonas ventiladas". Estas estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam a energia solar. Embora não sendo de boa qualidade, pode-se respirar. A idade média é de 35 anos.

Em alguns países existem manchas de vegetação normalmente perto de um rio, que é fortemente vigiado pelo exercito. A água tornou-se num tesouro muito cobiçado - mais do que o ouro ou os diamantes. Aqui não há arvores, porque quase nunca chove e quando se registra precipitação, é chuva ácida. As estações do ano tem sido severamente alteradas pelos testes atômicos.

Advertiam-nos que devíamos cuidar do meio ambiente e ninguém fez caso. Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que eram os bosques, lhe falo da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, o saudável que era a gente, ela pergunta-me: Papá! Porque se acabou a água? Então, sinto um nó na garganta; não deixo de me sentir culpado, porque pertenço à geração que foi destruindo o meio ambiente ou simplesmente não levamos em conta tantos avisos. Agora os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na terra já não será possível dentro de muito pouco tempo porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.

Como gostaria voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto, quando ainda podíamos fazer algo para salvar ao nosso planeta terra!


Documento extraído da revista biográfica "Crónicas de los Tiempos" de abril de 2002.

terça-feira, 29 de março de 2011

Portas (Içami Tiba)


Se você abre uma porta, você pode ou não entrar em uma nova sala. Você pode não entrar e ficar observando a vida. Mas se você vence a dúvida, o temor, e entra, dá um grande passo: nesta sala vive-se! Mas, também, tem um preço... São inúmeras outras portas que você descobre. Às vezes curte-se mil e uma. O grande segredo é saber quando e qual porta deve ser aberta.


A vida não é rigorosa, ela propicia erros e acertos. Os erros podem ser transformados em acertos quando com eles se aprende. Não existe a segurança do acerto eterno. A vida é generosa, a cada sala que se vive, descobre-se tantas outras portas. E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas. Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadas portas. Mas a vida também pode ser dura e severa. Se você não ultrapassar a porta, terá sempre a mesma porta pela frente.

É a repetição perante a criação, é a monotonia monocromática perante a multiplicidade das cores, é a estagnação da vida...

Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens! 

terça-feira, 22 de março de 2011

Definitivo (Carlos Drummond de Andrade)



Definitivo, como tudo o que é simples.

Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.

Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.

O sofrimento é opcional...

domingo, 20 de março de 2011

Pensamento de Domingo

Deus é o nosso refúgio
e a nossa força,
socorro que não falta
em tempos de aflição.


Por isso, não teremos medo,
ainda que a terra seja abalada,
e as montanhas caiam 
nas profundezas do oceano.


Não teremos medo, ainda que
os mares se agitem e rujam,
e os montes tremam violentamente.


Há um rio que alegra a cidade de Deus,
a casa sagrada do Altíssimo.


Deus vive nessa cidade,
e ela nunca será destruída;
de manhã bem cedo, Deus a ajudará.


As nações ficam apavoradas,
e os reinos são abalados.
Deus troveja, e a terra se desfaz.


O Senhor Todo-Poderoso
está do nosso lado;
o Deus de Jacó é o nosso refúgio.


Venham, vejam o que o Senhor tem feito!
Vejam que coisas espantosas
ele tem feito na terra!

Ele acaba com as guerras no mundo inteiro;
quebra os arcos,
despedaça as lanças
e destrói os escudos no fogo.


Ele diz: "Parem de lutar
e fiquem sabendo que eu sou Deus.
Eu sou o Rei das nações,
o Rei do mundo inteiro."


O Senhor Todo-Poderoso
está do nosso lado;
o Deus de Jacó é o nosso refúgio.

(Salmo 46)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Hora do Planeta - Earth Hour

FikDiK' (O Terminal)

 
Filme: O Terminal (The Terminal) - 2004
Diretor: Steven Spielberg
Gênero: Drama/Comédia/Romance

 Detalhes:
O filme O Terminal (2004) gira em torno de Viktor Navorski (Tom Hanks), um homem do Leste Europeu que chega em Nova Iorque no dia em que seu país sofre um golpe de estado. Seu passaporte é negado e ele fica impedido de entrar nos Estados Unidos e voltar para o seu país de origem. Obrigado a esperar por providências, Viktor tem que se virar para viver no aeroporto, tendo que aprender a falar inglês, passando por diversas situações engraçadas e, até mesmo, se apaixonar por uma aeromoça, Amelia (Catherine Zeta-Jones). O filme é baseado em fatos reais e faz uma leve crítica à política de imigração norte-americana. O grande foco da comédia é a bondade quase inocente de Viktor diante da longa espera por soluções burocráticas e a maneira como ele lida com essa espera.

Recomendo:
Um filme dirigido por Steven Spielberg é sempre uma boa pedida! Apesar de não ter sido um de seus melhores filmes, a história prende a atenção do início ao fim. O filme se passa apenas em um cenário que é explorado o tempo todo. Quem assiste fica ansioso e torce para que tudo dê certo e sofre junto com Viktor. É divertido, inteligente e apaixonante, sem dúvidas. Um enredo bem real e até mesmo nas partes que seriam consideradas clichês, você sente um toque de muita originalidade. Um belo filme, entretenimento garantido! 


Agora é só estourar a pipoca, pegar o refrigerante e bom filme!
Espero que gostem!
FikDik' ;P

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