sábado, 9 de junho de 2012

Nunca é suficiente


Poderia ser qualquer outra pessoa. Poderia ser qualquer um. Mas é ele.

Estranho porque não consigo entender até hoje como foi chegar ao ponto que chegou o meu coração ao palpitar por ele e meus olhos brilharem no reflexo dos olhos dele. Mas acontece.

Seria fraqueza ou necessidade? Seria magia ou glória? Seria curiosidade ou interesse?
Não sei.

Fiquei forte sozinha depois de uma longa tempestade de altos e baixos emocionais que nem Freud explicaria. Decepções misturadas com depressão, ansiedade, responsabilidades grandes, problemas familiares, profissionais e acadêmicos e, é claro, sempre tenho que frisar que isso para uma menina pisciana de 19 anos é 10 vezes mais complicado do que para qualquer pessoa "normal". Superei com o meu próprio auto-controle e fé. Escondi os pontos fracos para ver o que era mesmo prioridade. Tomei decisões, tracei metas a serem alcançadas e escrevi novos sonhos com a mesma voracidade que eu tinha vontade de acabar de vez com tudo ao meu redor. Rápido, porém calculado. A balança respirava. 

Mas eu sou a Izabella, a mesma Bella de sempre. Não importa o quanto eu tenha sofrido e aprendido, velhas manias sempre ficam. Vulnerabilidade ao romantismo é uma dessas manias. Fantasiar, sonhar, se encantar com facilidade, é um hobby que acaba mostrando um lado meu fraco, bobo, dócil, desprotegido e as máscaras que mantém a imagem de menina forte e equílibrada caem.

Só que dessa vez a diferença é que eu nem esperava. Eu estava no auge do auto-controle e só queria me divertir. Escolhi então ele para se divertir comigo. Pés no chão. Controlei pensamentos e palavras. Controlei a vontade de me entregar. Satirizei para não levar tão a sério assim tão rápido. Em vão. 

Como ficar inerte diante de um sorriso tão cativante, de um jeito tão único e divertido, de um espírito tão alegre e peculiar, de um afago que parecia feito na medida certa para você? Como ficar calada e fria ao ouvir clichês que soavam tão sinceros e de carinhos e olhares tão aconchegantes e encantadores? Era um charme diferente de tudo que eu conhecia. Era enigmático, curioso e ao mesmo tempo fascinante. 

O que tem haver comigo? Às vezes tudo, às vezes nada. Mas quando está comigo, parece que não existe mais nada além dele. Longe de mim, então, a saudade parece que quer me tirar o ar. 

Sou tão boba, ingênua, imatura e despreparada pra tanto. Ao mesmo tempo eu me sinto como uma soldadinha pronta para encarar a batalha cheia de coragem e armada com um coraçãozinho idiota que fica martelando o nome dele para os pensamentos se ocuparem.

Errante, sem saber às vezes o que falar, o que fazer, como fazer ou entender. A minha Lua muda, mas a única reação que eu tenho é deixar levar. Impulsiva, estou sendo tanto eu mesma que acho que é até expor demais. Covarde, recuo em mim mesma martirizando erros e medos de que só seja uma expectativa em vão, uma ilusão, um sonho.

Vou aos poucos digerindo o que se passa, soprando a névoa da dúvida para esclarecer e pôr os pés no chão. Tantos defeitos, mas eu tenho mais. Tantas manias, e quem não tem?! E a tolerância e compreensão que eu nunca aprendi direito a dosar está sendo testada ao limite. Até que ponto posso tolerar coisas nele que eu não sei aceitar e se eu aceitar seria compreensiva por ir contra minhas convicções? Afinal, o que é certo ou errado? Que tabus são esses da sociedade que são mais exigentes que leis? O sistema cria armadilhas para me confundir o tempo todo e esquecer a essência de tudo aquilo ali: A sinceridade do olhar, do silêncio, do toque, do abraço e do beijo. 

Não existe outro no mundo. Em lugar nenhum. Pode dar errado, posso me magoar ou magoá-lo daqui um dia, daqui uma hora, daqui um ano ou daqui cem... Mas não tem mais jeito. A partir do momento em que percebi que não tinha mais controle do meu coração foi quando descobri que não podia controlar pois ele tinha outro dono. Entreguei o coração e emprestei pensamentos. Sonhos já estão fora de controle, talvez por tanto desejar aquilo que se tem tão pouco... Tão pouco tempo. Pode não ser pra sempre, mas que o sempre seja agora enquanto durar. É tão bobo pensar assim, mas se eu pudesse, roubaria ele pra mim, só pra testar se iria enjoar ou não.

Mas não...
Nunca é suficiente. 
A espera sempre vai existir.

"O que é isso que me faz pensar tanto em você que chego a esquecer do mundo? Me ajude a responder!"

Enquanto não encontro respostas, vou ficar aqui, com cada pedacinho do seu eu em mim, esperando pela próxima vez de ter por inteiro comigo...



Várias Uma


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