quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

19 carnaváis



Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
 
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que o homem que eu amo seja pra sempre amado
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a uma mulher inundada de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso 
Mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, 
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.


Minha própria homenagem, dedicatória, pelo meu aniversário de 19 anos no dia 26/02. 

Adaptado da música Metade de Oswaldo Montenegro.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Eu vou estar


Sentada, espero o amanhecer
Uma música entoa lentamente
Fecho os olhos sem perceber
Me embalo completamente...

Lembranças nossas vêem como raios
Meus braços procuram teu abraço
Ainda sinto o sabor dos teus lábios
Como eu queria ouvir os teus passos!

É noite e a lua sozinha está brilhando
Como eu, que sozinha te espero aqui
Olho os balões que estou soprando
Levam a esperança de não te ver sumir

Onde foi que nós erramos afinal?
Não entendo o que houve entre nós
Cada dia um novo início e novo final
Nós não temos mais contras ou prós

A saudade me agoniza mais a cada dia
Você me tortura com falsas esperanças
E depois diz que não era nada que queria
É hora de mudarmos nosso passo de dança

Te espero, pois sem você não há porquê
Quero tanto poder sentir em mim o seu olhar
Teu corpo no meu me fazendo enlouquecer
E dizer milhões de vezes que só quero te amar!

Eu sei que não há por que complicar
Estou aqui por você e sempre vou estar
Suas dúvidas um dia irão se confirmar
Mesmo depois que esse balão estourar
Eu vou estar.

Izabella F. Costa

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Pensamento de Domingo

"Existe apenas uma coisa que excita os animais mais do que o prazer, é a dor." 

(Citação - O Nome da Rosa)

Misterioso Desejo


Complexidade.

A vida se resume nesta palavra. 

Assumimos posturas diante de certas mudanças importantes que nos tornam mais independentes e mais frios. Um novo emprego que lhe garanta um pouco de estabilidade, às vezes, pode te transformar em um adulto com contas altas a pagar e sem tempo para relaxar. Com a falta de tempo e as responsabilidades adquiridas, a mente acaba se ocupando demais com problemas e sedenta demais por distrações facéis, rápidas e prazerosas. O perigo da procura por tais tipos de distração é incontestável. Você acaba vulnerável a qualquer tipo de oferta irrecusável de diversão temporária.

É quando se deparamos com certos objetos de diversão que, por mais que não percebamos, têm coração, efeitos colaterias ou sentimentos abstratos. Tratá-lo como um objeto vazio não vai torná-lo um. Então um amante temporário, uma bebida, uma droga, um passatempo, um jogo, um acréscimo intelectual, um tempo ocioso podem se tornar problemas. E quando esses objetos começam a cobrar e ficar cada vez mais necessários, entramos em um estado de "overdose emocional" em que chegamos ao ápice, ao limite psicológico e pedimos arrego. 

Então abandonamos projetos, sonhos, carreiras, ideias, amores que pensávamos que eram importantes, mas que conseguimos abrir mão tranquilamente. O abandono alivia o sufoco da pressão, mas trás questionamentos sobre o futuro e o rumo que aquela decisão pode nos fazer tomar. E com o tempo, nossa mente começa a pedir para ser "ocupada" novamente, não se acostuma com o ócio momentâneo. Porém, a ocupação com certo tempo ocioso se torna ainda mais desperdiçado com outros e outros e mais outros objetos de distração. É a hora em que deixamos de lado o velho intelectual e entramos no comum (geralmente trabalho durante a semana e churrasquinho no final de semana). 

Para mentes acostumadas com o intelecto, com a arte, com a pesquisa racional e sentimental da alma, as ocupações se tornam grandes empencilhos para o exercício dos mesmos. O espírito se torna fraco, frio, sujo, vazio, cinza e constantemente indeciso, perdido. A rotina se torna um castigo com a função de levar a esperança, os desejos e a felicidade embora. Sugar cada milímetro de energia positiva do nosso ser. Quando estamos à beira da loucura entre decisões, ocupações, paixões, distrações, conseguimos entender a importância do tempo para ditar o nosso caminho.

O que é importante? O que é prioridade? O que te deixa mais feliz e satisfeito? O que você ama? O que você sabe? A maioria dessas respostas podem indicar sinais para o caminho certo ao qual o primeiro passo deve ser dado. Entretando a mente humana é confusa, complexa. Somos cheios de desejos, sonhos, ambições e a maioria deles são ocultas dentro de nossos corações. Como deixar aflorar? Nos instintos, nos impulsos. 

Instintivamente corra atrás daquilo que te dá prazer! Fale aquilo que te impulsionou falar! Guardar mágoas e tristezas é velar um rio de depressão que pode, a qualquer hora, transbordar. E quando pensar que não há como se deixar levar pelos instintos, grite! Grite no travesseiro, extravase, chore, cante, escreva! Temos necessidade de nos expressar, independente de sermos compreendidos ou não. Nem sempre podemos ser, ter, querer tudo o que gostaríamos, mas sempre há um plano B.
Izabella F. Costa


Durante meses estive passando pelos sufocos provocados pela insegurança, infelicidade de escolhas mal sucedidas e tempo mal administrado. Veio então o alívio da minha saída do curso de Direito que durou pouco, até eu me decidir por outro curso. Estou no desafio de conseguir encarar novamente a falta de tempo para o exercício do meu intelecto, dos meus hobbies, das minhas paixões e tenho sentido esse vazio constantemente. Gritar, chorar, desabafar, me arriscar, descascar até onde posso dos meus objetos de distração tem sido de grande ajuda, mas é hora de arquitetar um plano B. Não sou feliz como antes, não sou tão criativa como antes e as ocupações têm sugado a minha energia ao ponto de eu não sentir vontade de fazer mais nada. Quero voltar a viver e fazer tudo que amo. Quero voltar a amar e a sentir a mesma alegria de viver que outrora. A hora é essa! O momento é esse! Vou correr, fugir, tentar, errar, acertar algumas vezes. Mas preciso de coragem e motivação. Deus tem sido meu amigo companheiro nessa jornada e não me abandonou até então. E é nas mãos dele que deixei toda a minha vida, minhas decisões, meus passos, minha mente e o meu coração.

Não vou me deprimir novamente. Não vou me deixar abalar. Nem que isso me custe a desistência de muitos planos e metas. Tenho um desejo oculto dentro de mim de extravasar algo que não consigo explicar, mas que sei que com o tempo terei sabedoria para entender. 

Até lá, aguardarei em meditação com o meu próprio eu, segurando a barra, seguindo no modo automático...


Bjins na bunda!
Amanhã é segunda!


é, voltei. =P

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