quinta-feira, 19 de maio de 2011

Abismo

Tudo anda cheirando a monotomia. A transição desordenada de humor parece me sufocar e ao mesmo tempo me libertar. Nem medo, nem coragem. Apenas uma incrível e pecaminosa vontade de realmente descobrir quem sou e porque estou assim. O tempo parece não existir. Eu o vejo passar, mas não tento seguí-lo. Óh Lua Cheia! Madame brilhante que clareia e encanta as minhas noites de extrema monotomia e tristeza! Será que não existe um lugar para mim nessa imensa cortina azul? Acho que não existe lugar para mim dentro dessa bola azul chamada Terra. Não me encontro mais aqui. Nada aqui parece surtir algo em meu coração. Tudo parece cinza, morto, queimado. A rotina não só me cansa, me castiga. Estou acorrentada em um ciclo de horror que parece nunca ter fim. "Cresça e apareça!" - Eles dizem. Mas eu só quero me esconder e fugir de tudo que possa contaminar aquela antiga eu que hora ria/hora chorava de alegria. Aquela antiga eu que se aborrecia sem motivos e era feliz sem saber - descobria depois e se deliciava ao recordar. Cansei dessa futilidade. Afinal, o que nós interessa nesse mundo? Coisas que Deusa Mãe pode levar embora na velocidade de um furacão? Dinheiro que compra apenas o que é falso e perecível? Venda a sua alma se é isso o que você quer! Eu só quero viver e sentir tudo de maginífico que foi criado pelo Deus Criador! Só quero poder amar grandiosamente a sua criação e desfrutá-la prazerosamente durante todo o pouco tempo de vida que me foi destinado. Porque é isso que eu penso que Ele deseja de nós. Não é orgulho, ambição e guerra. É VIDA PLENA - Estado de natureza, como preferirem dizer. E o tempo? Não dizem que só a Deus pertence? Então entregue nas mãos Dele e aproveite a duvidosa certeza do amanhã. Eu escolho pular no abismo escuro da incerteza com a plena certeza de que no fundo estarei fazendo valer a pena cada instante do meu finito sopro de vida. Eu escolho chorar, não esconder de ninguém e muito menos justificar. Eu escolho sofrer e até mesmo adoecer de tristeza por coisas simples mas que, por mais insignificantes, façam algum sentido pra mim. Eu escolho rir feito idiota de coisas boas e de coisas ruins, sem motivo, com motivo, do nada. Eu escolho me calar e falar apenas com os meus olhos e meu coração. Eu escolho admitir que certas pessoas fazem tanta falta que eu sinto que não consigo viver sem elas e, ao contrário, outras não são nada. Eu escolho amar intensamente algo/alguém que possa estar acima de todas as possibilidades de conquista e continuar amando/almejando mesmo que nunca eu possa ter. Eu escolho viver, porque isso é viver e não importa o que pensem - cada um cada um. Eu só quero pular nesse abismo de vida e se tiver de morrer que morra, mas morra sabendo que tudo que fiz me tornou mais completa e mais próxima de mim mesma.

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