terça-feira, 13 de setembro de 2011

Caminhando...


O sentido que os pensamentos assumem na minha mente surgem em instantes de passos. Muito daquilo que eu não entendia claramente, se mostrou surpreendentemente nítido e brilhante como gotas de água de chuva em uma cachoeira. A sabedoria é uma virtude muito bela para quem é capaz de conhecê-la. Ás vezes se demostra de forma simples e ao mesmo tempo dotada de tamanha completude que nos sentimos frágeis diante de tanta informação. 
Foi de forma simples, vendo os carros passarem e caminhando pelo cemitério, que descobri lacunas em minha consciência que precisavam ser preenchidas. Mas eram coisas que eu nunca havia pensado antes. Coisas que, talvez, nunca tivesse tido importância para mim, ou que eu apenas fugia sem perceber. 
Caminhando, cheguei a conclusão sobre a importância da vida. Conversando com a Vampyra pude ver tudo que fiz e tudo que teria perdido se eu não tivesse me dado uma segunda chance. Percebi o significado de uma folha desfalecida caindo do galho do uma árvore como sinal de Deus para mostrar que tudo era passageiro. As vivacidade, o perfume e as cores das flores deixadas sobre os túmulos um dia deixariam de existir. A lembrança daquele abraço carinhoso que você recebeu um dia será quase impossível de se resgatar da memória. Talvez das palavras amigas que você escutara antes, agora só restem as injúrias ditas depois. 
Viver a vida aos extremos é o que me dá mais prazer, mas simplesmente porque me faz sentir que cada instante pode ser o último. E por sentir que pode ser o último ele deve ficar na memória. Seja marcando positivamente ou não. Ser humano só aprende errando. Então ao atravessar um viaduto perigoso, ventando forte, desafiei um dos meus maiores medos, senti vertigem, tentei não olhar e, ao chegar no final, me senti campeã de uma maratona. Ser amada, receber carinho inocente, puro e sem querer nada em troca, me fez sentir uma miss mundial. Ser grata pela vida de alguém ao se deparar com a perda de outra pessoa, me fez acreditar em herois. E nada disso teria acontecido se eu não tivesse escolhido viver. 
São pequenos momentos, simples, imperceptíveis, que nos tornam a vida mais interessante. Por mais que eu gostasse de cemitérios, hoje eu achei tão cinza, vazio, triste, que quis sair de lá correndo. A busca pela vida, a vontade de viver está sendo tão dominante nas minhas atitudes que, instintivamente, eu estou correndo atrás da segurança e do perigo da prova de que estou viva.  
O meu coração bater mais rápido, a dor, o cansaço, o calor, o arrepio, o prazer, o sono... São sinais claros de que há vida em mim. Só sentirei esses sinais caminhando, vivendo, descobrindo e redescobrindo o meu caminho no tempo. E o tempo? Independente do seu fim, ele nunca para.

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