domingo, 14 de agosto de 2011

Saudade (Desabafo P. 20)



Coisas de que eu sinto uma saudade grande e incontrolável:


  • Finais de tarde com mantras, chás, meditação, livros do Paulo Coelho, Strauss e incensos na sacada.
  • Ser a garota misteriosa que sempre ganha no poker.
  • Ser o player misterioso por trás do meu char no RPG.
  • Escrever romances, poesias, músicas nos meus cadernos com frequência.
  • Namorar a Lua Cheia pela janela de madrugada me declarando e admirando-a.
  • Festinhas de madrugada no escuro dançando sozinha no quarto com o mp4.
  • Viagens longas de caminhão com o meu pai com direito a histórias do seu passado.
  • O cheiro da grama molhada pela manhã dos acampamentos de família.
  • Ter o calor dele por mensagens, ligações ou saidinhas a noite sem rumo pelas ruas.
  • Ansiedade antes de subir no palco para dançar com o teatro lotado.
  • Abraçar a vovó por trás e não desgrudar dela enquanto ela caminhava.
  • Rebeldia, tentativas frustrantes de suicídio que me faziam mudar da água para o vinho.
  • Achar que algum dia iria conseguir aprender a tocar violão.
  • Açaí, brisa do mar e um novo amor platônico.
  • O colo dos meus melhores amigos, se é que algum dia eu tive.
  • Esconder dentro do guarda roupa para chorar.
  • Divagar longamente sobre as causas de morte dos meus ídolos.
  • Ficar bêbada sozinha escondida com vinho ouvindo metal e hard rock.
  • Sonhar com a Inglaterra, o inglês e as paisagens que poderia conhecer na Europa.
  • Acordar tarde.
  • Matar aula pra ver desenho animado.
  • De ser notada pelo que sou e não pelo o que faço.
  • Namorar no Parque Municipal. 
  • Pintar por hobby.
  • Querer viajar pela América do Sul inteira com uma moto.
  • Querer ser caminhoneira como o meu pai.

Tanta coisa que fica difícil resumir. =/ Eu to cansada demais dessa depressão que nunca acaba. Cansei de tentar passar uma imagem falsa de menina forte, inteligente, madura, orgulhosa e satisfeita com todas as suas conquistas. Não sou nem metade disso e acho que o mundo não foi feito para mim. Me sinto deslocada aqui. Já falei isso em algum momento atrás. Me sinto sozinha. Sem amigos. Sem paixões. Sem família. Sem razões e sentidos para viver. Sinto como se aos poucos eu tivesse deixado cortarem as minhas asas. Ninguém vive sem sonhos e eu tive que abrir mão de todos os meus sonhos para viver uma realidade que não me deixa realizada. E pior de tudo é não ser compreendida por nenhuma alma sequer! Deus tem feito de tudo para me colocar no eixo. Eu já fiz tanta besteira e até agora ele não deixou de me ajudar, me encobrir, me mostrar os meus erros. Mas é errando e fazendo loucuras que eu me sinto viva. Porque eu sinto que tenho algo de importante para pensar sobre mim. Eu me ocupo ou inves de me distrair. Apesar que nada mais me distrai. Nem o serviço pesado de segunda feira, nem o congestionamento do trânsito, nem o horário do ônibus, nem as cantadas dos garotos, nem o meu salário... NADA! Então me vejo fora de controle, chorando pelos cantos, no ônibus, no banheiro do serviço, no quarto em casa, na faculdade, nas ruas... Pensando em formas de acabar comigo mesma, com a minha vida e com medo do tal inferno que eu sei e acredito que existe para os fracos e suicídas. Sou fraca mesmo, assumo. Mas to cansada. E esse cansaço parece que nunca cessará. Se ao menos eu pudesse fazer algo de útil da minha vida para alguém. Me doar em prol de alguma coisa. Isso ocuparia não só a minha mente, mas aqueceria o meu coração e eu me sentiria mais próxima de Deus, mesmo que em fuga da minha própria realidade...

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