segunda-feira, 4 de julho de 2011

Inefável! - Cruz e Souza


Nada há que me domine e que me vença
Quando a minh'alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.

Sou como um Réu de celestial Sentença,

Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
D'estrelas todo o céu em que erra e pensa.

Claros, meus olhos tornam-se mais claros

E tudo vejo dos encantos raros
E de outra mais serenas madrugadas!

Todas as vozes que procuro e chamo

Ouço-as dentro de mim, porque eu as amo
Na minh'alma volteando arrebatadas! 

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